O óleo
Talvez um dos símbolos mais antigos do Espírito Santo, o óleo é m sinal físico daquilo que é espiritual e invisível. Os sacerdotes eram ungidos com esta marca e a partir dali já não seriam mais donos de sua vontade, fariam a vontade de Deus. Havia uma série de regras que deveriam obedecer, tendo em vista que agora eram representantes de Deus diante do povo. Que responsabilidade! Entretanto, o óleo também é um símbolo de autoridade, de capacitação sobrenatural. Aquilo que naõ seríamos capazes de realizar por nós mesmos realizamos porque a unção de Deus está sobre nós. Assim como os sacerdotes não eram especiais, nós também não o somos. É justamente aí que a unção se faz presente, quando o vaso é pequeno e o precioso é o que está dentro dele. A unção é como se fosse uma capa, uma armadura, uma capacitação prévia tendo em vista de antemão as dificuldades que iremos enfrentar ao longo de nossa caminhada. A unção é como um cartão de crédito: "pessoal e intransferível". Cada um tem a sua e cada um tem um preço a pagar por ela. Mesmo aqueles que oraram e transferiram uma porção de unção a um discípulo, não deram aquilo que lhes pertencia ou melhor, o que estava sobre suas vidas pois é impossível dar o que não lhe pertence. É também impossível transferir uma trajetória de vida carregando o peso daquela unção. Creio mesmo que Elizeu tenha recebido de Elias uma grande carga de poder mediante a imposição de mãos, da oração e é claro, do preço que Elizeu pagou ao observar a trajetória de Elias até que fosse elevado aos céus. Mas não creio que aquela fosse a unção de Elias sendo transferida. Creio que os ministérios são parecidos e as pessoas são diferentes. E como Deus unge pessoas e não coisas ou ministérios, creio que o Senhor ungiu Elizeu através de Elias. Porém, o ministério de Elias foi um e o de Elizeu foi outro. Porque Elias foi uma pessoa e Elizeu, outra. Não se pode transferir o que se é, nem mesmo o que só Deus pode dar. Cada um pague seu preço de consagração pela unção que está sobre sua vida. Já pensou em como seria fácil: era só ter a oportunidade de andar com um homem/mulher ungida e pedir que ele/ela orasse por nós para que o poder de Deus viesse sobre nós da mesma forma? Não é bem assim...Cada Elizeu tem que provar dessa unção recebida em sua própria via de dificuldades e milagres. É como se fosse uma roupa feita sob medida. A unção nos ensinará todas a coisas ao longo de nosso próprio caminho: "não tendes necessidade de que alguém vos ensine... a unção permanece em vós.. ela vos ensinará todas as coisas..." I Jo. 2.27
O óleo em geral, tem um cheiro forte que fica impregnado em nós por um bom tempo. Ele não nos suja, nos marca. Quando em algum momento recebo essa unção, esse óleo sobre minha pele ou minha cabeça é tão bom! Tudo que eu toco fica com aquele cheiro, mas com o tempo, passa. A unção propriamente dita também é assim. Ela existe, mas se não cuidarmos, ela pode passar. Precisamos velar por esse presente e em alguns momentos renunciar a coisas como fizeram os sacerdotes pra que essa marca permaneça sob nossas vidas. Essa renúncia também é muito pessoal. Precisamos do contato com o Espírito Santo para que Ele nos direcione, nos mostre o que quer de nós. Muitas vezes não se trata de coisas gerais que se remetem a todos que desejam ter uma vida santa, mas sim de consagrações pessoais. Trata-se de algo que Deus peça especialmente a mim, que demonstre minha total devoção a Ele.
Como disse, a unção pode passar assim como o cheiro do óleo. Foi por isso que o escritor de Eclesiastes (9:8) disse: "Em todo tempo sejam alvos seus vestidos e NUNCA falte o óleo sobre sua cabeça." De tempos em tempos, essa unção precisa ser renovada. Como? Esta é minha pergunta diária. Com mais tempo de oração; com mais renúncia; com mais consagração; com mais quebrantamento e com uma busca incessante pela vontade de Deus. Que o querido Espírito Santo nos ajude a buscar Seus santos caminhos, NOSSOS caminhos de quebrantamento em direção a unção renovada de Deus.
